O Power Metal, (Metal Melódico como às vezes é chamado no Brasil) é um subgênero do Heavy Metal que começou seu desenvolvimento no inicio dos anos 80 na Alemanha e teve de meados dos anos 80 ate o inicio do século 21 o seu ápice de público, chegando a ser considerado a grande modinha dentro do Heavy Metal nesse período. Atualmente esse título fica com o Gothic Metal (eca!) e o Death Metal.
Fato é que desde por volta de 2005 muito tem se falado no saturamento do Power Metal e hoje só as principais bandas do estilo se mantêm com seu fiel público. O estilo sempre teve como ideia "mesclar para inovar", o Power Metal começou com bandas que trouxeram para o metal uma influência da música erudita, sendo que com o tempo recebeu influências do erudito, do folk, do barroco, do progressivo, do thrash e etc, mas há muito vinha se falando que nada novo nascia na cena. Mas agora nasceu \o/
A banda finlandesa Stratovarius (uma de minhas preferidas) pode facilmente ser considerada como um dos três grandes pilares do Power Metal ao longo dos anos junto dos alemães do Helloween e do Blind Guardian. Os finlandeses sempre foram considerados como uma das mais melódicas bandas do Heavy Metal, sempre carregando forte influência da música erudita em seu som. E o Stratovarius era uma das bandas que vinha sendo mais criticada, pois há anos vinha fazendo seu som sem sair da zona de conforto, alguns até afirmando que os caras já estavam se autoplagiando.
Com a saída do principal compositor do grupo, Timo Tolkki, parece que os outros integrantes ganharam mais liberdade para compor. Os dois álbuns lançados após a saída de Tolkki não mudaram muita coisa. Mas o álbum "Nemesis" lançado este ano mostrou que o Stratovarius nunca pode ser negligenciado. O som dos caras manteve sua essência melódica/erudita, mas com uma roupagem diferente e moderna.
O guitarrista que substitui Tolkki, Mathias Kupiainen se desvinculou um pouco do estilo anterior das linhas de guitarra. Agora o instrumento não parece ter aquela obrigação de soar erudito como tinha com Tolkki. Mathias ainda mantém isso, mas demonstra também mais agressividade, riffs mais distorcidos e pesados e nem sempre naquela velocidade da luz de Tolkki. Porém o principal líder dessa mudança no som da banda é o tecladista Jens Johansson que saiu completamente da zona de conforto do Stratovarius. Jens trouxe para a banda nesse álbum forte influência da música eletrônica, dando um grande contraste com as influências eruditas da banda. Isso tornou o som mais moderno, as vezes até meio com aquele ar "futurista". E de fato, isso é totalmente inédito no Power Metal.
Modesta opinião, a melhor faixa do álbum, composta pelo tecladista Jens Johansson. O teclado dançante de uma forma nunca vista no Power Metal
E a banda ainda pode ir mais longe. O vocalista Timo Kotipelto, com sua inconfundível voz doce e sempre cristalina, poderia sair da sua zona de conforto também. Assim como a guitarra do Stratovarius não precisa soar sempre clássica e o teclado não precisa se parecer sempre com um cravo, Timo não precisa ser sempre cristalino e poderia tentar um vocal mais agressivo. Em suma, um dos principais nomes do Power Metal tratou de sair da sua zona de conforto e deu novo gás ao estilo e ao seu próprio som, mas sem perder as caracteristicas que marcam a banda nesses quase 30 anos de história.
Outra ótima faixa, também composta pelo tecladista Jens Johansson. Um perfeito entrosamento entre guitarra e teclado. Um solo de guitarra como nunca se veria com Tolkki.
Deixo a pergunta caro leitor, você prefere que a sua banda favorita ou uma das favoritas fique por anos fazendo o mesmo som manjado que agrada a seu fiel público, ou prefere ver sua banda favorita expandindo seus horizontes, inovando e buscando novos fãs?