sexta-feira, 25 de abril de 2014

A Torre Negra - A Escolha dos Três

Atualmente continuo minha infindável saga na leitura de A Torre Negra. Algum tempo atrás postei a resenha do primeiro livro, O Pistoleiro, agora venho com a resenha do segundo, A Escolha dos Três.

Antes de tudo, um pequeno resumo do livro anterior: Em O Pistoleiro lemos quase o livro todo sobre a perseguição de Roland, o último pistoleiro, ao “homem de preto” que possivelmente saberia os segredos da Torre Negra.
 São muitas perguntas que ficam ao fim do primeiro livro, e meus amigos, ao final de A Escolha dos Três, nenhuma dessas perguntas são respondidas. King é um verdadeiro fanfarrão haha. É possível começar a ler a saga pelo segundo livro, pois no inicio do mesmo há um resumão do livro anterior, e os únicos fatos essenciais ao entendimento da históri é a confabulação entre Roland e Walter ao final do primeiro livro e o sacrifico feito pelo Pistoleiro com relação ao garoto Jake. Fatos resumidos no inicio do livro.


 O Pistoleiro apresentava uma narração que nos jogava de paraquedas no mundo de Roland, repleta de flashbacks, alguns diriam uma narração pouco confusa. Seguindo numa inspiração tolkeniana, o livro é bem descritivo também, e fomos apresentados a um Roland frio e seco, capaz de dizimar uma cidade toda e com um ideal de que os fins sempre justificam os meios. Já no segundo livro da saga a narração é totalmente linear, um pouco menos focada na descrição e mais focada na interação entre os personagens, aqui bem mais numerosos que no livro anterior. A interação entre Roland e seus dois novos parceiros encontrados no livro é muito bem pensada e os dois personagens que irão acompanhar o Pistoleiro apresentam uma evolução incrível durante o livro. E vemos também um Roland mais humanizado na interação com os outros personagens e também pelas difíceis situações em que passa no livro, onde na maior parte do tempo luta contra uma doença.

 
Praticamente o livro todo se passa na praia do chamado “Mar Ocidental”, praia essa onde Roland deve encontrar as três portas que Walter disse para o Pistoleiro procurar. Logo no inicio do livro Roland é atacado por “Lagostrosidades”, enormes criaturas em forma de lagosta que acabam ferindo Roland e lhe arrancam dois dedos de uma das mãos, além de o envenenarem. Roland então se vê a procura das portas, enfrentando uma doença e agora podendo atirar com somente uma de suas mãos.

Pelas margens do Mar Ocidental, Roland encontra as três portas, onde ao passar por cada uma acaba indo parar em uma dimensão paralela a de seu mundo, indo nas três oportunidades para New York em diferentes períodos.
Ao passar na primeira porta o pistoleiro é levado para New York nos anos 80, incorporando o usuário de drogas Eddie Dean que tentava traficar heroína. Roland passa a viver como um parasita no corpo de Eddie, podendo quando quiser tomar o controle da mente do mesmo. Através de Eddie, Roland consegue remédios para parar a sua doença, após muitos problemas com tráfico de drogas pelos quais teve de passar. Eddie Dean então é levado por Roland para a dimensão de seu próprio mundo.


 Os dois partem em busca da segunda porta, onde ao passar pela mesma, Roland incorpora Odetta Holmes, uma mulher negra, paralítica e ativista pelos direitos humanos que vivia em New York nos anos 60. Odetta sofria de dupla personalidade e às vezes se tonava Deta Walker, com uma personalidade completamente oposta e que odiava Roland e Eddie. 


Na terceira porta, agora com Eddie e Odetta/Detta ao seu lado, Roland incorpora Jack Mort, um assassino de New York nos anos 70 que tem sua história relacionada com o garoto Jake do primeiro livro e com a dupla personalidade de Odetta Holmes. Aqui Roland acaba mudando o passado relacionado a Jake, criando um paradoxo temporal que deverá refletir nos livros posteriores.

Ao fim de A Escolha dos Três, Roland consegue se curar definitivamente do veneno e agora é acompanhado em sua jornada pela Torre Negra por Eddie Dean e Susannah Odetta Holmes Dean que é revelada ao fim do livro sendo a real personalidade da qual nasceram Oddeta Holmes e Detta Walker, sendo que o Pistoleiro começa a treinar os seus dois novos acompanhantes para se tornarem pistoleiros também.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Café Metal? Não... Puro estereótipo

Em um dia qualquer da semana passada, enquanto fazia minha rotineira visita ao site Whiplash!, maior portal sobre Hard/Heavy Rock em língua portuguesa, acabei me deparando com uma notícia bastante estranha, curiosa e no mínimo ridícula para o site em questão.

O Starbucks, aquela famosa franquia de cafeterias, emitiu um comunicado de desculpas para uma cliente no Estado da Louisiana nos Estados Unidos. A cliente, uma professora, havia pedido duas bebidas com creme de caramelo e o barista resolveu dar uma de fanfarrão. Em uma das bebidas ele usou o creme de caramelo para desenhar um pentagrama e na outra fez o número "666". 

 
A mulher não gostou da "brincadeira" e foi reclamar sobre o 666 no seu copo, dando a seguinte declaração:

“Eu infelizmente não posso lhe dar o nome do jovem que me serviu, porque eu estava tão estarrecida que não consegui olhar para ele.” Escreveu a moça em sua postagem. “Não estou em posição de julgar suas crenças ou desmerecer seu belo desenho, mas posso julgar sua falta de profissionalismo e respeito pelo outros.”
Acredito que estamos bem tristes com sua classe e elegância com este problema.
“Eu sou uma professora em uma escola pública e se eu apresentasse a um filho de ateus ou de crenças pagãs, um projeto de arte cristã, eu seria processada em um piscar de olhos”, disse. “Eu tenho uma fé católica e adoraria compartilhar minhas crenças todos os dias. Felizmente eu tenho um senso comum grande o suficiente para apresentar profissionalismo e seguir um código de ética. Talvez isso seja redirecionado para uma locação particular.”

Ok, a noticia até possui um lado curiosos e estranho. Agora jovem padawan eu lhe faço uma pergunta que muitos se fizeram, em que momento esta matéria é relacionada com Heavy Metal? O título da chamada no Whiplash! era "Café Metal: Starbucks pedindo desculpa por barista satanista". Em nenhum momento é citado que o barista ouvia Heavy Metal ou qualquer coisa do tipo, a noticia não tem absolutamente nada a ver nem mesmo com música.

Então fica uma reflexão. É condenado por todo headbanger que se preze e tenha um mínimo conhecimento do estilo a associação Metal-Satanismo, e a imprensa especializada sempre combateu isso. Se é ridículo quando alguém leigo faz essa associação, o que dizer de um colaborador do maior site do país no assunto fazendo essa associação infeliz? Falou em satanismo necessariamente o Heavy Metal tem que estar envolvido? É... Acho que está na hora de o Whiplash! começar a dar mais importância na revisão antes de publicar as matérias.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Arrepios musicais

Provavelmente você já sentiu arrepios ouvindo música, mas já parou para pensar o motivo disso acontecer? Pois vamos descobrir agora! Na grande maioria das vezes os arrepios são uma tática do nosso corpo para amenizar a sensação de frio e tentar segurar o calor. Para o Homo Sapiens isso não é de muita utilidade, pois ao passar dos tempos a quantidade de pelos na espécie humana foi reduzindo. E também é bem evidente que atualmente os pelos são mais um incomodo para a maioria das pessoas. Além disso os pelos também podem se arrepiar quando nos sentimos hostilizados, outra coisa que é praticamente insignificante para a espécie humana, mas funciona bem em outros animais.

Mas tenha calma, vamos fazer como Jack, indo por partes. Os arrepios também podem ocorrer quando sentimos algum tipo de prazer devido a estímulos corporais. Os pelos podem se arrepiar quando estamos comendo algo que gostemos muito (espírito de gordo mode ON), quando levamos um beijo em uma região sensível do corpo, durante o sexo, com o uso de drogas (não use drogas ^_^) ou ao ouvir uma música que gostemos. Para nosso cérebro gostamos de ouvir música pelo mesmo motivo, razão que gostamos de sexo ou de comer, assim com nosso organismo reagindo de uma maneira única para diferentes estímulos. Ou seja, nosso cérebro é um verdadeiro fanfarrão.


Ao ouvir uma música que você goste é liberada certas quantidades de dopamina que se forem em níveis elevados acabam mudando a condução elétrica da pele, causando o que alguns cientistas chamam de "orgasmo da pele", gerando o arrepio musical. Através da música a dopamina pode até mesmo alterar o ritmo dos batimentos cardíacos e do fluxo sanguíneo. Estudos apontaram que quanto mais importante a música na vida de uma pessoa, maiores são as chances dos arrepios acontecerem, às vezes acontecendo de uma forma natural com o desenrolar da música, às vezes relacionados ao fato de a música trazer a tona algumas memórias e vínculos emocionais.


No meu caso são várias as músicas e de várias bandas que já me causaram arrepios, mas certamente a psicodelia do Pink Floyd é de longe o que me causa mais arrepios. Difícil é escutar os teclados psicodélicos e os acordes melancólicos de "Shine On You Crazy Diamond" uma vez sequer sem arrepiar hehe. Também não é raro sentir arrepios ouvindo OSTs de games como Final Fantasy e The Legend of Zelda.
E vocês, se arrepiam muito ouvindo músicas?

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Aurora Consurgens

Particularmente sempre gostei bastante de História, ainda mais do período que compreende os mais obscuros anos da humanidade, a Idade Média. E também é claro para todos que amo Heavy Metal, e o Power Metal é um subgênero que constantemente se inspira no período medieval para as suas letras.

A banda brasileira Angra, normalmente rotulada como Power Metal Progressivo não é das que mais seguem essa linha. Porém no seu sexto álbum de estúdio, intitulado “Aurora Consurgens” a banda se baseou no livro medieval de mesmo nome. O que achei bastante interessante.

O Aurora Consurgens (Aurora Que Surge, traduzido do Latim) é um manuscrito iluminado datado do século XV, considerado dos escritos mais obscuros da Idade Média. Normalmente dito um dos livros mais misteriosos do mundo, até o inicio do século 20 era extremamente raro, pois seus números se limitavam a poucos manuscritos. Mas então um bibliofilo suíço acabou descobrindo uma reprodução no inicio do século retrasado.

O livro é considerado deveras misterioso, primeiro por não se saber exatamente quem é seu autor, normalmente sua autoria é atribuída a São Tomás de Aquino, sendo que o Aurora teria sido a última obra de um dos mais importantes pensadores do Cristianismo. Outro fato que o torna misterioso é que o livro é simplesmente indecifrável. Como assim? Calma jovem padawan, eu já explico. O Aurora Consurgens pertence a um gênero que não existe mais, o de Tratado Alquímico.

Não convém aqui neste texto falar sobre o que era Alquimia, pois precisaria de outro texto hehe. Mas os livros do gênero eram muitas vezes escritos em forma de código. Pensa se ainda que São Tomás de Aquino sofresse de esquizofrenia nos últimos anos de sua vida, e isso certamente influenciou nas enigmáticas e tenebrosas ilustrações presentes em Aurora Consurgens.


O Tratado de Alquimia presente no livro conta com 38 ilustrações feitas em aquarela, como essas:

Hermafrodita com uma águia. Imagem que foi usada como base para a capa do álbum do Angra

Algo como um macaco tocando violino e outro tocando uma flauta o.O

O sol e a lua duelando, montados em um leão e um... quimera talvez? O.O

Um dragão de ouroboros cozinhando num jarro com um pássaro em cima ._.

Tá esse eu nem vou tentar saber o que é a figura à esquerda shuashuash

Muitos estudiosos já analisaram o livro, muitas são as teorias, mas quase nenhuma certeza é dada. E essas são só algumas das ilustrações inexplicáveis. E me fez ficar pensando, no que diabos São Tomás de Aquino deveria estar pensando, e como é que a Alquimia era um negócio tenebroso.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A Torre Negra: O Pistoleiro

Ultimamente estive procurando por um bom livro voltado a fantasia para ler. Então logo lembrei que nunca havia lido sequer uma resenha da grande obra fantástica de Stephen King, “A Torre Negra”. Então decidi ler o primeiro dos 7 livros que compõem “o maior romance popular de todos os tempos”, segundo o próprio autor.


O primeiro livro leva o nome “A Torre Negra: O Pistoleiro”, e mistura fantasia, ficção cientifica e “western”. A estória tem como protagonista o pistoleiro Roland de Gilead, o último representante vivo de seu clã, e se ambienta em “um mundo que seguiu adiante”, um tipo de mundo pós-apocalíptico vazio e moribundo.

Durante todo o livro Roland passa por um enorme deserto, densas florestas e cavernas escuras infestadas de mortos vivos, sempre perseguindo o “homem de preto” que Roland acredita ser um feiticeiro que conhece a localização da Torre Negra, descrita como o centro do tempo e do espaço. Porém em nenhum momento é dito os motivos pelos quais Roland procura a Torre, apenas se supõe que seja para recuperar o mundo.


 O ambiente da obra é impossível de dizer se é um mundo paralelo ao nosso, ou um lugar sem ligação alguma ou se é de fato o nosso mundo no futuro. Mas de qualquer modo a impressão que ficou é a de que seria como se a nossa sociedade tivesse se desenvolvido cada vez mais e então em algum momento algo desse muito errado. Levando com que a decadência começasse.

No começo a estória é um pouco confusa, muitas perguntas vão surgindo e quase nenhuma resposta é dada. Durante praticamente metade do livro a estória se desenvolve em flashbacks sobre o passado de Roland e de seu clã.
Durante sua passagem pelo deserto o pistoleiro conhece o garoto Jake que após uma trágica morte em um tipo de mundo paralelo, foi trazido ao mundo que seguiu adiante. O garoto o acompanhará até o final da perseguição ao homem de preto, revelando também ao fim que Roland está mais para um anti-herói.


 A escrita é muito gostosa de ler, como Tolkien foi uma das inspirações de King, as passagens são muito bem detalhadas, mas de uma forma um pouco mais dinâmica. Algo bem característico de King é que a obra está repleta de referencias a cultura POP.

Mesmo ao fim do livro ainda são muitas as perguntas e poucas as respostas, pois trata se de apenas uma pequena introdução para os livros posteriores.