segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Aurora Consurgens

Particularmente sempre gostei bastante de História, ainda mais do período que compreende os mais obscuros anos da humanidade, a Idade Média. E também é claro para todos que amo Heavy Metal, e o Power Metal é um subgênero que constantemente se inspira no período medieval para as suas letras.

A banda brasileira Angra, normalmente rotulada como Power Metal Progressivo não é das que mais seguem essa linha. Porém no seu sexto álbum de estúdio, intitulado “Aurora Consurgens” a banda se baseou no livro medieval de mesmo nome. O que achei bastante interessante.

O Aurora Consurgens (Aurora Que Surge, traduzido do Latim) é um manuscrito iluminado datado do século XV, considerado dos escritos mais obscuros da Idade Média. Normalmente dito um dos livros mais misteriosos do mundo, até o inicio do século 20 era extremamente raro, pois seus números se limitavam a poucos manuscritos. Mas então um bibliofilo suíço acabou descobrindo uma reprodução no inicio do século retrasado.

O livro é considerado deveras misterioso, primeiro por não se saber exatamente quem é seu autor, normalmente sua autoria é atribuída a São Tomás de Aquino, sendo que o Aurora teria sido a última obra de um dos mais importantes pensadores do Cristianismo. Outro fato que o torna misterioso é que o livro é simplesmente indecifrável. Como assim? Calma jovem padawan, eu já explico. O Aurora Consurgens pertence a um gênero que não existe mais, o de Tratado Alquímico.

Não convém aqui neste texto falar sobre o que era Alquimia, pois precisaria de outro texto hehe. Mas os livros do gênero eram muitas vezes escritos em forma de código. Pensa se ainda que São Tomás de Aquino sofresse de esquizofrenia nos últimos anos de sua vida, e isso certamente influenciou nas enigmáticas e tenebrosas ilustrações presentes em Aurora Consurgens.


O Tratado de Alquimia presente no livro conta com 38 ilustrações feitas em aquarela, como essas:

Hermafrodita com uma águia. Imagem que foi usada como base para a capa do álbum do Angra

Algo como um macaco tocando violino e outro tocando uma flauta o.O

O sol e a lua duelando, montados em um leão e um... quimera talvez? O.O

Um dragão de ouroboros cozinhando num jarro com um pássaro em cima ._.

Tá esse eu nem vou tentar saber o que é a figura à esquerda shuashuash

Muitos estudiosos já analisaram o livro, muitas são as teorias, mas quase nenhuma certeza é dada. E essas são só algumas das ilustrações inexplicáveis. E me fez ficar pensando, no que diabos São Tomás de Aquino deveria estar pensando, e como é que a Alquimia era um negócio tenebroso.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A Torre Negra: O Pistoleiro

Ultimamente estive procurando por um bom livro voltado a fantasia para ler. Então logo lembrei que nunca havia lido sequer uma resenha da grande obra fantástica de Stephen King, “A Torre Negra”. Então decidi ler o primeiro dos 7 livros que compõem “o maior romance popular de todos os tempos”, segundo o próprio autor.


O primeiro livro leva o nome “A Torre Negra: O Pistoleiro”, e mistura fantasia, ficção cientifica e “western”. A estória tem como protagonista o pistoleiro Roland de Gilead, o último representante vivo de seu clã, e se ambienta em “um mundo que seguiu adiante”, um tipo de mundo pós-apocalíptico vazio e moribundo.

Durante todo o livro Roland passa por um enorme deserto, densas florestas e cavernas escuras infestadas de mortos vivos, sempre perseguindo o “homem de preto” que Roland acredita ser um feiticeiro que conhece a localização da Torre Negra, descrita como o centro do tempo e do espaço. Porém em nenhum momento é dito os motivos pelos quais Roland procura a Torre, apenas se supõe que seja para recuperar o mundo.


 O ambiente da obra é impossível de dizer se é um mundo paralelo ao nosso, ou um lugar sem ligação alguma ou se é de fato o nosso mundo no futuro. Mas de qualquer modo a impressão que ficou é a de que seria como se a nossa sociedade tivesse se desenvolvido cada vez mais e então em algum momento algo desse muito errado. Levando com que a decadência começasse.

No começo a estória é um pouco confusa, muitas perguntas vão surgindo e quase nenhuma resposta é dada. Durante praticamente metade do livro a estória se desenvolve em flashbacks sobre o passado de Roland e de seu clã.
Durante sua passagem pelo deserto o pistoleiro conhece o garoto Jake que após uma trágica morte em um tipo de mundo paralelo, foi trazido ao mundo que seguiu adiante. O garoto o acompanhará até o final da perseguição ao homem de preto, revelando também ao fim que Roland está mais para um anti-herói.


 A escrita é muito gostosa de ler, como Tolkien foi uma das inspirações de King, as passagens são muito bem detalhadas, mas de uma forma um pouco mais dinâmica. Algo bem característico de King é que a obra está repleta de referencias a cultura POP.

Mesmo ao fim do livro ainda são muitas as perguntas e poucas as respostas, pois trata se de apenas uma pequena introdução para os livros posteriores.